SAN MARINO, domingo, 19 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Bento XVI destacou a importância de reconhecer a família como principal sujeito para fazer amadurecer pessoas livres e responsáveis, no contexto atual em que esta instituição é tantas vezes colocada em xeque.
O Papa discursou na tarde deste domingo, no Palácio Público de San Marino, durante o encontro que manteve com os membros do governo, do congresso e do corpo diplomático.
Ele falou que hoje a instituição familiar é questionada, “quase em uma tentativa de ignorar seu irrenunciável valor”.
O Papa denunciou que “os que sofrem as consequências são os grupos sociais mais frágeis, especialmente as jovens gerações, mais vulneráveis e por isso mais facilmente expostas à desorientação, a situações de auto-marginalização e à escravidão das dependências”.
Neste sentido, constatou que, “diminuindo o apoio familiar”, frequentemente os jovens se vêem diante de muitos obstáculos “para uma normal inserção no tecido social”.
“É importante reconhecer que a família, assim como Deus a constituiu, é o principal sujeito que pode favorecer um crescimento harmonioso e fazer amadurecer pessoas livres e responsáveis, formadas em valores profundos e perenes”.
Bento XVI chegou à Praça da Liberdade de San Marino às 16h30. Foi acolhido pelos Capitães Regentes da República.
Após as honras militares e a interpretação dos hinos pontifício e da República de San Marino, o Papa e os Capitães Regentes entraram no Palácio Público. Na Sala do Conselho dos XII foram apresentados ao pontífice os ministros do governo e seus familiares.
Depois o bispo de Roma firmou um livro de visitas ilustres e manteve uma conversação privada com os Capitães Regentes, que concluiu com uma troca de presentes.
Em seguida, houve o encontro oficial com os membros do governo, do congresso e do corpo diplomático.
Ao finalizar o encontro, Bento XVI saudou os organizadores da visita, saiu do Palácio e, com os Capitães Regentes, foi até a Basílica de San Marino.
Acolhido no templo por seu reitor, Dom Lino Tosi, o Papa se deteve depois a adorar o Santíssimo Sacramento.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Majestosa procissão de Corpus Christi em Toledo, Espanha
Manifeste-se sobre o desrespeito ao sentimento religioso ocorrido na Parada Gay
Este blog está aderindo a esta campanha:
Via: Voto CatólicoManifeste-se sobre o desrespeito ao sentimento religioso ocorrido na Parada Gay
A Parada do Orgulho Lésbico, Gay, Bissexual e Transgênero de São Paulo decidiu este ano utilizar imagens ofensivas aos católicos para promover o uso do preservativo nas relações homossexuais.
O evento, que teve como tema um versículo do Evangelho de São João manipulado - "Amai-vos uns aos outros: basta de homofobia!" - colocou 170 cartazes em postes ao longo da avenida Paulista, com modelos masculinos representando santos católicos como se fossem homossexuais, seminus e em posturas eróticas, ao lado das mensagens: "Nem santo te protege" e "Use camisinha".
O fato foi uma clara provocação e um desrespeito à Igreja e às práticas religiosas de 155 milhões de brasileiros que professam a fé católica. É um ataque, deboche e vilipêndio do ensinamento moral da Igreja, que considera - sendo fiel à Revelação - os atos homossexuais intrinsecamente maus.
O Código Penal, no artigo 208, assinala que é crime:
"escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso. Pena – detenção de um mês a um ano, ou multa".
O que houve na Avenida Paulista durante a "Parada LGBT" foi vilipêndio público do culto católico e ofensa ao sentimento religioso. O fato se torna ainda mais grave pelo fato de a Parada receber financiamento público, especialmente dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal e da Prefeitura de São Paulo. Consideramos que se este episódio passar despercebido, outros mais graves virão.
Se você sentiu-se ofendido e agredido na sua fé com os cartazes desrespeitosos à fé católica na "Parada LGBT", convidamos a:
AQUI |
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AQUI |
terça-feira, 28 de junho de 2011
Mulher chata ninguém merece
Por: Ana Maria Nunes
Leitor, o atraso na publicação foi por minha culpa. Estou aprendendo a costurar e perdi a noçao do tempo.
Divido com você estas páginas e veja como são interessantes; é um padre falando e orientando as mulheres.
Cá entre nós, mulher chata ninguém merece!
A gente se vê, boa semana!
Divido com você estas páginas e veja como são interessantes; é um padre falando e orientando as mulheres.
Cá entre nós, mulher chata ninguém merece!
A gente se vê, boa semana!
Nota do Editor: A culpa do atraso é nossa. Estive muito atarefado nestas últimas duas semanas.
Excessos do Movimento Gay
A primeira é sobre o vilipêndio religioso ocorrido na última Parada Gay de São Paulo. Sobre isto, cabe dizer:
1. Nada de novo sob o sol, porque qualquer pessoa que esteja minimamente familiarizada com o Movimento Gay sabe do que eles são capazes [veja-se, à guisa de exemplo, este vídeo profundamente blasfemo (sem sombra de exagero, não é recomendado para pessoas sensíveis) feito em San Francisco, durante a última Páscoa; deste eu havia visto algumas fotos, mas o vídeo é muito mais chocante - salvem antes que ele seja retirado do youtube].
2. É bastante óbvio que tal ato configura “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” e, portanto, é crime.
3. Pior do ser crime, tal ato revela uma degeneração moral que chega às raias do patológico, uma hipocrisia tão gigantesca que não se encontra em pessoas normais: ninguém pode nem olhar torto para um gay que eles começam a rasgar as vestes histericamente, gritando “homofóbico, homofóbico!”, mas eles próprios se arrogam o direito de debochar da Fé Católica e de colocar imagens de santos em situações eróticas sem que vejam nenhum problema com isso! Sobre o assunto, veja-se o também o Reinaldo Azevedo:
Resta evidente que, embalados pela disposição do próprio Supremo de cassar o Artigo 226 da Constituição para reconhecer a união civil entre pessoas do mesmo sexo, os sindicalistas do movimento gay perderam a noção de medida e de parâmetro. Sexualizar ícones de uma religião que cultiva um conjunto de valores contrários a essa forma de proselitismo é uma agressão gratuita, típica de quem se sente fortalecido o bastante para partir para o confronto. Colabora com a causa gay e para a eliminação dos preconceitos? É claro que não! Não estão eles dizendo que não querem mais ser discriminados nas escolas, nas ruas, campos construções? Você deixaria seu filho entregue a um professor que acha São João Batista um, como posso dizer, “gato”? Que vê São Sebastião e não resiste a um homem agonizante, sofrendo? O que quer essa gente, afinal? Direitos?
4. Pior ainda, tal ato (como tantos outros do Movimento Gay mundo afora) consiste em uma profunda blasfêmia e em um horrível sacrilégio, pelos quais é necessário oferecer a devida reparação. Que o Altíssimo Se compadeça de nós.
5. Tal agressão gratuita exige uma reação enérgica. Cadê a CNBB? As autoridades católicas não podem silenciar diante desta infâmia.]
Via: Deus lo Vult
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Papa: a família é o sujeito do crescimento
Pio XII condena a moral de situação
Por: Ana Maria Nunes
Éeeee já tenho sete semanas de coluna :) Na nona semana trago uma surpresa, como se fosse um nascimento ahuahuahua
Bom, vamos reler esse texto, gostei dele não só porque eu o escrevi, mas ficou evidente que a mulher não foi colocada para escanteio! Lendo alguns textos por aí, achei um discurso do Papa Pio XII ao Congresso Internacional da Federação Mundial da Juventude Feminina Católica. Nunca tinha ouvido falar dessa federação. Teria saído daí a tal jornada mundial da juventude de JPII?
Então, fica mais uma vez claro que esse argumento de que a Igreja joga a mulher para escanteio é mesmo coisa de feminista ridícula. Aaah, e pelo amor de Deus!! a mulher Católica é FEMININA e não feminista.
Éeeee já tenho sete semanas de coluna :) Na nona semana trago uma surpresa, como se fosse um nascimento ahuahuahua
Bom, vamos reler esse texto, gostei dele não só porque eu o escrevi, mas ficou evidente que a mulher não foi colocada para escanteio! Lendo alguns textos por aí, achei um discurso do Papa Pio XII ao Congresso Internacional da Federação Mundial da Juventude Feminina Católica. Nunca tinha ouvido falar dessa federação. Teria saído daí a tal jornada mundial da juventude de JPII?
Então, fica mais uma vez claro que esse argumento de que a Igreja joga a mulher para escanteio é mesmo coisa de feminista ridícula. Aaah, e pelo amor de Deus!! a mulher Católica é FEMININA e não feminista.
Discurso do Papa Pio XII ao Congresso Internacional da Federação Mundial da Juventude Feminina Católica:
O tema do Congresso
Sejam bem-vindas filhas amadas da Federação Mundial da Juventude Feminina Católica. Eu vos saúdo com o mesmo carinho que recebi, há cinco anos em Castel Gandolfo, por ocasião do grande encontro internacional das Mulheres Católicas.
Os estímulos e os sábios conselhos que foram proporcionados a vocês neste Congresso, assim como as palavras que então dirigimos não foram certamente infrutíferos. Sabemos os esforços que neste intervalo vocês têm desenvolvido para atingir os objetivos precisos dos quais vocês tinham uma visão clara. Isso também prova o relatório impresso durante a preparação deste Congresso que fizemos lá: “La Foi des Jeunes – Problème de notre temps”. Suas 32 páginas têm o peso de um grosso volume, e Nós temos analisado com muito cuidado, porque resume e sintetiza os ensinamentos de numerosas questões sobre a situação da fé na juventude católica da Europa, cujas conclusões são altamente instrutivas.
Em muitas das questões levantadas lá, Nós mesmos tratamos em nossa alocução de 11 de setembro de 1947 (1), que vocês assistiram, e em muitos outros discursos antes e depois. Hoje, Nós queremos aproveitar a oportunidade proporcionada por este encontro com vocês para dizer o que pensamos sobre um fenômeno que ocorre em todos os lugares, na vida de fé dos católicos e que afeta um pouco a todos, mas de uma forma particular afeta os jovens e seus educadores, como quando vocês dizem (p. 10): “Confundindo o cristianismo com um código de preceitos e proibições, os jovens têm a impressão de afogar-se nesse clima de “moral imperativa” e não é uma pequena minoria que deixa de lado esse “fardo constrangedor.”
Uma nova concepção da lei moral
Podemos chamar esse fenômeno de “uma nova concepção da vida moral”, uma vez que é uma tendência que se manifesta no campo da moralidade. No entanto os princípios da moralidade se baseiam nas verdades da fé e vocês sabem bem que é importância capital para a conservação e o crescimento da fé que a consciência da jovem se forme o mais cedo possível e se desenvolva segundo as normas morais justas e saudáveis. Assim, a concepção de “nova moralidade cristã” toca muito diretamente o problema da fé dos jovens.
Já falamos da “nova moral” em nossa mensagem de rádio em 23 de março passado, para os educadores cristãos. O que estamos discutindo hoje não é apenas uma continuação do que dissemos então; queremos descobrir as profundas origens dessa concepção. Pode-se qualificá-la de “existencialismo ético” de “realidade ética” do “individualismo ético”, entendidas em sentido estrito que vamos explicar e tal como se encontram no que em outros lugares se tem chamado de “Situationsethik” “moral de situação”.
A “moral de situação”, seu caráter distintivo
A marca desta moral é que ela não é de forma alguma baseada em leis universais de moral, por exemplo, os dez mandamentos, mas em condições ou circunstâncias reais e concretas nas quais se deve agir e de acordo com as quais a consciência individual vai julgar e escolher. Este estado de coisas é ação humana. É por isso que a decisão de consciência, afirmam os defensores desta ética, não pode ser comandada pelas idéias, os princípios e as leis universais.
A fé cristã baseia as suas exigências morais no conhecimento da verdade “essencial” e de suas relações; assim faz São Paulo na Epístola aos Romanos (1, 19-21) para a religião como tal, seja esta cristã ou anterior ao Cristianismo: a partir da criação, diz o Apóstolo, o homem percebe e sente de alguma forma o Criador, o seu eterno poder e divindade, e que, com tais provas de que ele sabe e sente-se compelido a reconhecer Deus e dar algum culto, de modo que desprezar este culto ou depravá-lo na idolatria é gravemente culpável para todos e em todos os tempos.
Isto não é, de modo algum, o que afirma a ética sobre a qual Nós falamos. Ela não nega os conceitos e princípios morais gerais (embora às vezes chegue muito perto de semelhante negação), mas se move do centro para a extrema periferia. Pode acontecer que a decisão de consciência muitas vezes esteja de acordo com ela. Mas não são, por assim dizer, uma coleção de premissas a partir do qual a consciência tira as conseqüências lógicas, no caso particular, o caso “de uma vez”. De jeito nenhum! No centro se encontra o bem, que é necessário realizar ou manter o seu valor real e individual, por exemplo, no domínio da fé, a relação pessoal que nos une a Deus. Se a consciência formada seriamente diz que o abandono da fé católica e a adesão a outra confissão leva para mais perto de Deus, esse passo seria “justificado”, quando é geralmente descrito como “a deserção da fé”. Ou, no campo da moral, a doação de si mesmo, corporal e espiritual, entre os jovens. Aqui a consciência seriamente formada estabeleceria que devido a sincera inclinação mútua são permitidas intimidades do corpo e dos sentidos, e estas, embora permitidas apenas entre cônjuges, poderiam ser manifestações permitidas. (A consciência aberta de hoje estabeleceria assim porque deduz da hierarquia de valores este princípio, segundo o qual os valores da personalidade, sendo os mais altos, poderiam utilizar os valores inferiores do corpo e dos sentidos ou descartá-los, como sugerido por cada situação). Tem sido dito com insistência que precisamente segundo este princípio, em matéria de direitos dos cônjuges seria necessário, em caso de conflito, deixar à consciência séria e reta dos cônjuges, de acordo com as exigências das situações concretas, o poder de tornar absolutamente impossível a realização dos valores biológicos a favor dos valores da personalidade.
O parecer de uma consciência desta natureza, por muito contrário que pareça à primeira vista aos preceitos divinos, valeria, no entanto, diante de Deus, porque, dizem eles, a consciência sincera seriamente formada é mais importante diante de Deus do que o “preceito” e a “lei”.
Esta decisão é, portanto, “ativa” e “produtora” e não “passiva” e “receptiva” da decisão da lei escrita por Deus no coração de cada um, e menos, todavia da do Decálogo, que o dedo de Deus esculpiu em tábuas de pedra, encarregando a autoridade humana a promulgá-la e preservá-la.
A “nova moral” eminentemente “individual”
A nova ética (adaptada às circunstâncias), dizem seus autores, é essencialmente “individual“. Na determinação da consciência cada homem, em particular se entende diretamente com Deus e diante Dele se decide sem a intervenção de nenhuma lei, nenhuma autoridade, nenhuma comunidade, de nenhum culto ou religião, em nada e de nenhuma maneira. Aqui tudo que há é o eu do homem e o Eu do Deus pessoal; não o Deus da lei, mas sim Deus Pai, ao qual o homem deve unir-se com amor filial. Visto por este prisma, a decisão da consciência é, portanto, um “risco pessoal”, segundo o conhecimento e a valorização próprias, com toda a sinceridade diante de Deus. Estas duas coisas, a intenção correta e resposta honesta, são o que Deus vê, a ação não se importa. De maneira que a resposta pode ser a de alterar a fé católica por outros princípios, de divorciar-se, de fazer aborto, de recusar obediência à autoridade competente na família, na Igreja, no Estado e assim em outras coisas.
Tudo isso seria perfeitamente compatível com o estatuto de “maioridade” do homem e, na ordem cristã, com a relação de filiação, e em virtude do qual, de acordo com os ensinamentos de Cristo, Nós oramos “Pai Nosso…”. Esta abordagem pessoal poupa ao homem o dever medir a cada momento se a decisão que há de tomar corresponde aos artigos da lei ou aos cânones das normas e regras abstratas; ela se preserva da hipocrisia de uma fidelidade farisaica à lei; ela se preserva tanto do escrúpulo patológico como da tenuidade ou falta de consciência, porque, faz cair pessoalmente sobre o cristão a responsabilidade total diante de Deus. Assim falam aqueles que pregam a “nova moral”.
Está fora da fé e dos princípios católicos
Exposta desta forma a nova ética, ela está tão totalmente fora da fé e dos princípios católicos que até uma criança que conhece seu catecismo percebe isso. Por conseguinte, não é difícil ver como o novo sistema moral deriva do existencialismo, que faz abstração de Deus ou simplesmente O nega e em todo caso abandona o homem a si mesmo. Pode ser que as condições atuais tenham levado a esta tentativa de transplantar esta “moral nova” ao terreno católico para tornar suportável aos fiéis as dificuldades da vida cristã. De fato, a milhões deles se exige hoje em um grau extraordinário que se tenha firmeza, paciência, constância e espírito de sacrifício, se quiserem permanecer íntegros em sua fé, quer sob os golpes da fortuna, ou sob as seduções de um ambiente que põe ao alcance de suas mãos tudo aquilo que forma a aspiração e o desejo de seu coração apaixonado. Mas semelhante tentativa jamais poderá ter êxito.
As obrigações fundamentais da lei moral
Alguém pode se perguntar como a lei moral, que é universal, pode bastar e até mesmo ser obrigatória em um caso particular, o qual, em sua situação particular é sempre único e de “uma vez”. Ela pode e ela o faz, porque, precisamente por causa de sua universalidade, a lei moral inclui necessária e “intencionalmente” todos os casos particulares nos quais se verificam seus conceitos. E nestes casos, muito numerosos, ela o faz com uma lógica tão conclusiva, que até a consciência de um simples fiel percebe de imediato e com absoluta certeza a decisão a tomar.
Isto é especialmente verdadeiro para obrigações negativas da lei moral, aquelas que exigem um “não fazer”, um “deixar de lado”. Mas de nenhuma maneira para estas somente. As obrigações fundamentais da lei moral baseiam-se essencialmente na natureza do homem e suas relações essenciais, e valem, por conseguinte em todas as partes nas quais se encontre o homem; as obrigações fundamentais da lei cristã, ultrapassando, portanto, as da lei natural, são baseadas na essência da ordem sobrenatural constituída pelo divino Redentor. Das relações essenciais entre o homem e Deus, entre o homem e o homem, entre cônjuges, entre pais e filhos; das relações essenciais de comunidade na família, na Igreja, no Estado, resulta, entre outras coisas, que o ódio a Deus, a blasfêmia, idolatria, a defecção da fé verdadeira, a negação da fé, o perjúrio, o assassinato, o falso testemunho, a calúnia, o adultério, a fornicação, o abuso do matrimônio, o pecado solitário, o furto e o roubo, a subtração do que é necessário à vida, a fraude no salário justo (Tg 5, 4), a monopolização de produtos alimentares de primeira necessidade e os aumentos injustificados dos preços, a falência fraudulenta, as manobras de especulações injustas: tudo isso é severamente proibido pelo Legislador divino. Não há nenhuma razão para duvidar. Seja qual for a situação do indivíduo, não há escolha senão obedecer.
Além disso, Nós opomos à ética da situação três considerações. A primeira: concedemos que Deus queira acima de tudo e sempre a intenção correta; mas esta não é suficiente. Ele quer também a boa obra. A segunda: não é permitido fazer o mal para que resulte o bem (Rom 3, 8). Mas esta ética age – talvez sem perceber – pelo princípio de que o fim santifica os meios. A terceira: pode haver circunstâncias nas quais o homem – especialmente o cristão – não possa ignorar que deve sacrificar tudo, até mesmo sua vida, para salvar sua alma. Todos os mártires nos lembram disso. E estes são muito numerosos mesmo ainda em nosso tempo. A mãe dos Macabeus e seus filhos, as santas Perpétua e Felicidade, apesar de seus recém nascidos, Maria Goretti e milhares de outros, homens e mulheres que a Igreja venera, teriam, portanto, contra a “situação” incorrido inutilmente ou até mesmo equivocando-se na morte sangrenta? Certamente que não, e eles, com seu sangue, são as testemunhas mais eloqüentes da verdade contra a “nova moral”.
O problema da formação da consciência
Onde não há regras absolutamente obrigatórias, independente de qualquer circunstância ou evento, a situação “de uma vez” em sua unidade exige, de fato, uma análise aprofundada para decidir quais as regras a serem aplicadas e como. A moral católica tratou sempre e com extensão este problema da formação da própria consciência com o exame prévio das circunstâncias do caso a ser resolvido. Tudo o que ela ensina fornece uma valiosa ajuda nas determinações da consciência tanto teóricas quanto práticas. Basta citar os ensinamentos, não superados, de Santo Tomás sobre a virtude cardeal da prudência e as virtudes a ela associadas (Suma Teológica, 2-2, q. 47-57). Suas explicações revelam um sentido da atividade pessoal e da realidade, que contém tudo o que é justo e positivo na ética segundo a “situação” e evita todas as confusões e distorções. Bastará, portanto, ao moralista moderno continuar na mesma linha, se quiser aprofundar os novos problemas.
A educação cristã da consciência está muito longe de esquecer a personalidade, inclusive dos jovens e crianças, e de eliminar sua iniciativa. Porque toda boa educação tende a tornar o educador mais desnecessário gradualmente e ao educando independente dentro dos justos limites. E isso também é verdade na educação da consciência por Deus e pela Igreja: o seu objetivo é, como diz o apóstolo (Ef 4, 13, cf. 4, 14) “um homem perfeito, à medida da plenitude de Cristo“. Portanto, o homem adulto, tem também o brio da responsabilidade.
É necessário apenas que esta maturidade se coloque no lugar certo! Jesus continua a ser o Senhor, o Chefe e o Mestre de cada homem de todas as idades e de todos os estados, através da sua Igreja, através da qual Ele continua a agir. O cristão, por sua vez, deve assumir o grave e grande compromisso de fazer valer em sua vida pessoal, em sua vida profissional e na vida social e pública, no que depender dele, a verdade, o espírito e a lei de Cristo. Esta é a moral católica, o que deixa um vasto campo aberto à iniciativa particular e à responsabilidade pessoal do cristão.
A nova moral traz grandes perigos para a juventude
Eis aqui o que eu nós quisemos dizer. Os perigos para a fé dos nossos jovens são hoje extraordinariamente numerosos. Todos sabiam e sabem, mas a vossa memória é particularmente instrutiva a este respeito. No entanto, acreditamos que poucos destes perigos são tão grandes e tão cheios de conseqüências como os que a “nova moral” traz para a fé. Os extravios a que tanto levam tais distorções como o enfraquecimento dos deveres morais, que fluem naturalmente de fé, terminariam com o tempo a corromper a própria fonte. Assim a fé morre.
Fé Orante e Sacrificada
De tudo o que Nós dissemos sobre a fé, vamos tirar duas conclusões, duas diretrizes que Nós queremos deixar no final, para que elas orientem e incentivem toda a vossa ação e toda a vossa vida de cristãs corajosas:
A primeira: a fé da juventude deve ser uma fé “orante”. A juventude deve aprender a orar. Que isso seja sempre na medida e forma que correspondam à sua idade. Mas sempre conscientes de que sem oração não é possível manter-se fiel à fé.
A segunda: a juventude deve ter orgulho de sua fé e aceitar que “custe” algo; ela deve se acostumar desde cedo a fazer sacrifícios por sua fé, a caminhar diante de Deus com uma consciência reta, a reverenciar Suas ordens. Então crescerão espontaneamente no amor de Deus.
Que a caridade de Deus, a graça de Jesus Cristo e a comunicação do Espírito Santo (2 Cor 13, 13) estejam com vocês todas é o que desejamos com o afeto mais paternal. E para testemunharmos isso damos de todo o coração a cada uma de vós e às vossas famílias, aos seus movimentos, a todas as suas ramificações mundo inteiro, a todas as vossas companheiras que a elas pertencem a Bênção Apostólica.
Papa Pio XII
Notas:(1) Discorsi e Radiomessaggi, IX, pag. 221-233.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Discurso de S.S Pio XII aos recém casados 11 de Março de 1942
Por: Ana Maria Nunes
Leitores, o raio do resfriado ainda não foi embora, por isso ando mais pra lá do que pra cá. Fiquem com esse belo texto do Papa Pio XII.
A gente se vê, boa semana!
A gente se vê, boa semana!
Sim, a esposa e mãe, é o sol da família. Sol com sua generosidade e submissão, com sua constante prontidão, com sua delicadeza vigilante e previdente em tudo o que serve para tornar alegre a vida ao marido e aos filhos. Em torno dela difunde-se luz e calor; e costuma-se dizer então que um matrimônio é bem-aventurado, quando cada um dos cônjuges, ao contraí-lo, mira fazer a felicidade não própria, mas da outra parte; este nobre sentimento e esta intenção, embora dizendo respeito a ambos, é porém antes de tudo virtude da mulher, que nasce com as palpitações de mãe e com a maturidade de coração; aquela maturidade que, se recebe amargura, não quer dar senão alegria; se recebe humilhações, não quer dar senão dignidade e respeito; à semelhança do sol que alegra a manhã nebulosa, com seus albores e doura os ninhos com raios de seu ocaso.
A esposa é o sol da família pela clareza de seu olhar e pela chama de sua palavra; olhar e palavra que penetram docentemente na alma, dobram-na e a enternecem e a solevam fora do tumulto das paixões, e reclamam para o homem a alegria do bem e da conversação familiar, depois de um longo dia de contínuos, por vezes penosos trabalhos profissionais ou campestres, ou de imperiosos afazeres do comércio ou da indústria.
Seu olhar, seus lábios lançam lume e têm um acento de mil fulgurações em um luzir, mil afetos em um som. São lampejos e sons que saem do coração da mãe, criam e vivificam o paraíso da infância, e sempre irradiam bondade e suavidade, ainda quando avisam e reprovam, porque os ânimos juvenis, que mais forte sentem, mais intimamente e profundamente acolhem os ditames do coração.
A esposa é o sol da família com sua cândida naturalidade, com sua digna simplicidade e com seu decoro honesto e cristão, tanto no recolhimento e na retidão do espírito, como na sutil harmonia de seu comportamento ou de seu vestido, de seu ajustamento e atitude, ao mesmo tempo reservados e afetuosos. Sentimentos leves, delicados acenos do rosto, ingênuos silêncios e sorrisos, um condescendente movimento de cabeça, dão-lhe a graça de uma flor eleita e simples, que abre suas corolas para receber e refletir as cores do sol.
Oh! se vós soubésseis que profundos sentimentos de afeição e reconhecimento tal imagem de esposa e de mãe suscita e imprime no coração do pai e dos filhos!
Ó anjos, que guardais a casa e escutais suas preces, espargi de perfumes celestes este lar de felicidade cristã!
Mas se suceder que a família permaneça sem este sol, como será? Se a esposa continuamente e a cada circunstância, mesmo nas relações mais íntimas, não titubeia em fazer sentir quantos sacrifícios lhe custa a vida conjugal? Onde está sua amorosa doçura, quando com uma excessiva dureza na educação, com uma excitabilidade mal dominada e uma irritante frieza no olhar e na palavra sufoca nos filhos o sentimento e a esperança de encontrar alegria e feliz paz junto da mãe?
Quando ela não faz senão perturbar triste e amargamente, com voz áspera, com lamentos e reprovações, a confiante convivência no círculo familiar? Onde está a generosa delicadeza e o terno amor, quando ela, em vez de criar com natural simplicidade e prudente uma atmosfera de agradável tranqüilidade na casa, toma ares de irrequieta, nervosa e exigente senhora, bem de moda hoje?
Seria isso difundir benévolos e vivificantes raios solares, ou é antes um esfriar, com vento glacial o jardim da família? Quem não se maravilhará então se o homem, não encontrando naquele lar o que o atraia, retenha e conforte, afaste-se o mais que puder, provocando semelhante afastamento da mulher, da mãe, quando o afastamento da mulher já não tenha preparado o afastamento do marido; um e outra indo-se assim à procura, fora – com grave perigo espiritual e com dano para a união familiar – do sossego, do repouso, do bem-estar, que lhes não concede a casa? Em tal estado de coisas os mais desventurados a sofrer são, fora de qualquer dúvida, os filhos! Eis ó esposas, até onde pode chegar a vossa parte de responsabilidade para a concórdia da felicidade doméstica.
Se ao vosso marido e ao seu trabalho cabe procurar e estabelecer a vida do lar, a vós e ao vosso cuidado cabe ajustar o conveniente bem-estar e providenciar a pacífica serenidade comum de vossas duas vidas. Isto é para vós não somente uma obrigação de natureza, mas também um dever religioso e uma obrigação da virtude cristã, para o vigor de cujos atos e de cujos méritos vós crescereis no amor e na graça de Deus.
“Mas – dirá talvez alguma dentre vós – desta maneira nos pede uma vida de sacrifício!”. Sim; a vossa é vida de sacrifícios, mas não somente de sacrifícios. Acreditais vós, por acaso, que aqui embaixo se possa gozar de uma verdadeira e sólida felicidade? Que em algum ângulo deste mundo se encontre a plena e perfeita beatitude do paraíso terrestre? E pensais talvez que vosso marido não deva também ele sacrificar-se, por vezes gravemente, para conseguir um pão honrado e seguro para a família? Exatamente estes mútuos sacrifícios, suportados juntos e em comum vantagem, dão ao amor conjugal e à felicidade da família a sua cordialidade e estabilidade, sua profundidade santa e aquela especial nobreza que se exprime no mútuo respeito dos cônjuges e os exalta no afeto e no recolhimento dos filhos.
Se o sacrifício materno é o mais agudo e doloroso, a virtude do alto os tempera. De seu sacrifício a mulher aprende a compaixão às dores alheias. O amor para a felicidade de sua casa não a fecha em si; o amor de Deus, que a exalta no seu sacrifício acima de si, abre-lhe o coração a toda piedade e a santifica.
“Mas- objetar-se-á talvez ainda – a moderna estrutura social, operária, industrial e profissional, leva em grande número a mulher, também as casadas, a sair de fora do lar, da família e a penetrar no campo do trabalho e da vida pública”. Nós não o ignoramos, queridas filhas. É muito duvidoso se essa condição de coisas constitui para uma mulher casada o que se diz do ideal. No entanto, é preciso ter presente o fato. Com tudo a Providência, sempre vigilante em seu governo da humanidade, inseriu no espírito da família cristã forças superiores que servem para mitigar e vencer a dureza de um tal estado social e obviar os perigos, que indubitavelmente em si escondem.
Não tendes vós talvez observado como o sacrifício de uma mãe, que, por especiais motivos, deve além de seus deveres domésticos, se engenha para buscar, a custa de um duro trabalho cotidiano o sustendo da família, não somente conserva, mas alimenta e aumenta nos filhos a veneração e o amor para com ela, e obtém seus reconhecimentos por suas angústias e fadigas, quando o sentimento religioso e a confiança em Deus constituem o fundamento da vida familiar?
Se tal é o caso no vosso matrimônio, com plena confiança em Deus, o qual ajuda sempre quem o teme e o serve, ajuntai, nas horas e nos dias que podeis dar inteiramente aos vossos entes queridos, um redobrado amor e um ciumento cuidado, não somente para assegurar à verdadeira vida da família o mínimo indispensável, mas também para deixar que de vós procedam no coração do marido e dos filhos tantos luminosos raios de sol, que confortem, fomentem e fecundem, também nas horas da separação exterior, a espiritual união do lar.
E vós, esposos, colocados por Deus como cabeça de vossas esposas e de vossas famílias, ao mesmo tempo que contribuís com vosso trabalho para o seu sustento, prestai vossa ajuda também à obra de vossas mulheres no cumprimento da santa e elevada – e não raras vezes fatigosa – missão. Colaborai com elas, com aquela solicitude e afeto que faz um de dois corações, e uma mesma força e um mesmo amor. Mas sobre esta colaboração e seus deveres, e as responsabilidades que derivam também para o marido, teria muito o que dizer, e por isso nos reservamos para vos falar em outras audiências.
Ante vós, recém-casados, que sucedeis a outros grupos semelhantes que vos precederão adiante de nós e por nós foram abençoados, nosso pensamento nos traz à mente o grande dito do Eclesiastes: “Passa uma geração e sucede outra; mas fica sempre a terra”1. Assim correm novos séculos, mas Deus não muda; não muda o Evangelho nem o destino do homem para a eternidade; não muda a lei da família; não muda o inefável exemplo da família de Nazaré, grande sol de três sóis, um deles, um dos fulgores mais divinos e mais ardentes que os outros dois que os rodeiam. Olhe aquela modesta e humilde casa, oh pais e mães: contemplai Aquele que se cria “filho do carpinteiro”2, nascido do Espírito Santo e da Virgem escrava do Senhor; e conforta-os nos sacrifícios e nos trabalhos da vida; ajoelhai-vos ante eles como crianças; invocai-os, suplicai-lhes; e aprendei deles como as contrariedades da vida familiar não humilham, e sim exaltam; como não fazem ao homem nem a mulher menores para o céu, e sim que valem uma felicidade, que em vão se busca entre as comodidades deste mundo, onde tudo es efêmero e fugaz.
Terminaremos nossas palavras elevando à Santa Família de Nazaré uma ardente súplica por todos e cada um de vossos lares, para que vós, queridos filhos e filhas, cumprais vosso oficio à imitação de Maria e de José, e assim possais educar e fazer crescer aqueles pequenos cristãos, membros vivos de Cristo, que estão destinados a gozar convosco um dia a eterna bem-aventurança do céu.
É o que pedimos ao Maestro divino, enquanto com todo o coração vos damos nossa paterna benção apostólica.
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